segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O QUE É ou PODE SER ARTE?



AULA – 15/02


REFLETINDO

       O que é Arte?
       Pode-se defini-la?
       Pode-se medir qual é o seu valor?
       Pode-se criar regras para qualificá-la?
       Existe obra de Arte superior ou inferior?
       O que ou quem define o que é ou não uma obra de Arte?
       Qual a função da Arte?
       O que uma obra de Arte pode revelar sobre seu autor? E sobre seu tempo histórico?
       Uma obra de arte é um documento?
       O que é cultura?

O QUE É ARTE?

A discussão é complexa e antiga, existindo concepções diversas sobre a natureza da arte. Diversas definições e utilidades foram atribuídas às artes e suas expressões ao longo do tempo e em culturas distintas. Cada uma com seus significados e valores, revelando diferentes formas de conceber, compreender e se situar no mundo. Dessa forma a arte possui ao mesmo tempo as características de:

      Expressão
      Comunicação
      Linguagem
      Produto Cultural
      Intelecto / conceito / idéia
      Mercadoria
      Sensibilidade
      Documento Histórico

O filosofo judeu alemão Walter Benjamim cunhou (criou) o termo “Aura” em seu texto-ensaio “ Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica” (1936) para se referir às características de atração e encantamento presentes nos objetos artísticos. O conceito foi utilizado para designar os elementos que são únicos de uma obra de arte original; a aura é um tipo de “revestimento de valor” e está relacionada a autenticidade, a existência única de uma obra de arte e dentro de sua cultura. Portanto, ela não existe em uma reprodução



O ser única atribui à obra de arte um caráter de objeto quase religioso a “ser cultuado”, admirado e desejado, transmissor de valores e ideias. E ainda à própria perpetuação da presença do artista, mesmo em sua ausência (o artista se afirma e se faz presente na obra que cria). Para Walter Benjamin, a obra de arte original – aquela que possui aura – conta a história do objeto, criando valores sobre ele. Compreende variados fatores que foram alocados na obra de arte que são importantes para sua apreciação e seu entendimento.

MAS DE FATO O QUE É ARTE?



A cultura utiliza alguns instrumentos para decidir o que é uma obra de arte.

       Críticos, peritos em arte;
       Espaços de arte: museu, mostras, atelier, exposições;



Mas estes critérios são mesmos válidos? Infalíveis? Absolutos e inquestionáveis? Onde entra a atitude/presença do expectador da obra?

De fato o que vai apontar e legitimar alguma manifestação como arte em sentido mais amplo e a cultura que a gera e no qual ela esta inserida. É dentro de um contexto cultural específico que o objeto artístico é revestido de valor. Sendo que a Cultura é um elemento em constante movimento, que precisa ser entendido dentro de um tempo/espaço específico. Sendo assim, a cultura muda com o tempo e em locais diferentes, e de igual modo os valores culturais também são transformados ao longo do tempo.

Poderíamos definir a palavra arte como “manifestação da atividade humana por meio da qual se expressa uma visão pessoal e desinteressada que interpreta o real e o imaginário com recursos plásticos, lingüísticos ou sonoros”. Contudo, essa definição não esclarece em que uma obra de arte se diferencia de uma obra que não o é, e se esse significado é válido para todos os tempos. Novamente temos o elemento cultura, pois dentro de cada período histórico e lugar, a cultura se manifesta de uma forma distinta, trazendo conceitos e ideias sobre o que é, ou não é aceito como arte para determinado grupo. O conceito ou definição de arte então será amplo e relativo à lugares, épocas e pessoas diferentes.

ARTE E ESTÉTICA

A concepção que as pessoas têm da arte mudou, muda e mudará de acordo com o momento histórico e a sociedade. De fato, os primeiros artistas, os pintores rupestres, não tinham noção de que estavam realizando uma obra de arte, embora o sentido que eles conferiam a essas imagens estava relacionado com a magia ou com a religião, desconhecemos se também com a estética. Atualmente, contudo, consideramos que uma obra de arte, independentemente de expressar ou não um significado ou sentimento e do modo como o faça, tem de produzir uma reação estética no espectador (seja de prazer ou repulsa) e tem de ser criativa, isto é, deve mostrar formas de expressão genuínas, originais.

É possível dizer que a arte é correspondente a certas manifestações da atividade humana que nos causam um sofrimento admirativo e que é privilegiada pela cultura em um determinado período e com limites imprecisos.

HISTÓRIA DA ARTE


TEORIA INICIAL DA HISTÓRIA DA ARTE




A FUNÇÃO DA ARTE / ARTE COMO NECESSIDADE

Embora hoje em dia o valor estético desempenhe papel muito importante, as pessoas continuam sentindo necessidade de expressar-se e comunicar-se por meio da arte – e esta continua sendo um reflexo da sociedade que a gera, cumprindo simultaneamente a função de transmitir os valores desta sociedade. De fato, desde sempre, a arte foi reflexo vivo da sociedade circundante; os historiadores e outros especialistas puderam conhecer muitos aspectos dos povos e das culturas que nos precederam por meio do estudo da obra de arte, de sua estética e daquilo que nela se expressa.

O ARTISTA

Não é possível compreender a obra de arte sem o artista que a criou. Apesar disso, assim como o conceito de arte mudou ao longo da história, o mesmo aconteceu com o conceito de artista, que deixou de ser considerado simples artesão e passou a ser admirado como gênio criativo, capaz de gerar obras únicas. Embora na época clássica da Grécia e da Roma antigas tenha tido reconhecimento social e, em alguns casos, tenha chegado a assinar suas obras, é somente no Renascimento, com a exaltação que se fez do ser humano, que o artista abandona definitivamente o anonimato. É nessa época também que se forja o conceito de gênio, aplicado a alguém com capacidade extraordinária ou fora do normal para citar e inventar coisas ou objetos admiráveis – é quando a figura do mecenas (ou protetor) se consolida. 

Daniel F. do Carmo


“Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e se aproximem os anos que você dirá: Não tenho satisfação neles” EC 12:01

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